sábado, 30 de maio de 2009

Questionário realizado com Professora de escola Municipal de Ensino Fundamental.


1) A sua escola desenvolve algum trabalho com os alunos com deficiência utilizando as novas tecnologias digitais? De exemplos?

Profª: “Olha, minha escola pouco esta se atualizando com essas coisas de tecnologia digital. Aqui na escola a gente tem um aluno com sérios comprometimentos físicos, ele tem paralisia cerebral, e é necessário um computador adaptado para que ele consiga aprender, e a escola tem esse computador, mas é só esse que temos de tecnologia digital para trabalhar com alunos com deficiência.

2) Você vê algum potencial pedagógico na implantação das tecnologias digitais pelos alunos com deficiência?

Profª: “Sim, acredito que se o aluno não tem condições físicas ou mesmo metais de aprendizagem, é necessário que se tenha materiais que consigam dar conta das aprendizagens desses alunos.


3) De que maneira você enquanto professora busca aprendizagens que envolvam as tecnologias digitais?

Profª: “Como tenho pouco tempo, pois trabalho 40 horas, são poucos os momentos onde estou em contato com essas tecnologias digitais, e quando isso ocorre, é em forma de palestra, seminário e outros momentos que a escola nos oferece.


4) E a escola, como se posiciona com relação as novas tecnologias?

Profª: “Como já comentei, a escola não esta muito atualizada com essas novas tecnologias que surgem á todo momento. Acho que para uma escola que atende a um público que tem necessidades físicas, de aprendizagem e outros, seria necessário um investimento maior em tecnologias, visando uma melhor aprendizagem desses alunos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

7º SENAED - Seminário Nacional ABED de Educação a Distância

No sábado, pela manhã, participei da atividade Regulamentação do MEC para a EaD, com: José Manuel Moran, Fredric Michael Litto e Hélio Chaves Filho, do 7º SENAED - Seminário Nacional ABED de Educação a Distância "Polifonia na Docência e Aprendizagem Online". Nesta atividade não foi citada a questão específica da inclusão, mas os representantes do MEC falaram bastante da preocupação do governo com a qualidade da educação brasileira. Que esta qualidade deve estar presente tanto na educação à distância como da modalidade presencial.
Eles falaram mais do ensino à distancia dos cursos técnicos e de graduação, que preparam os professores e as outras pessoas que estão entrando no mercado de trabalho.
Nos últimos dez anos, muitos professores procuraram os cursos de graduação à distância para cumprir a exigência da LDB de que todos os professores tenham um mínimo de formação para atuarem.
Contudo, o MEC está preocupado com a forma como estes cursos tem organizado seus currículos e principalmente como os professores atuam com os alunos. Os técnicos do MEC tem ido a campo para visitar as instituições que trabalham com o ensino à distância, para ver se suas exigências estão sendo cumpridas. Há um grande crescimento da modalidade de ensino EaD, principalmente nas cidades pequenas, porém, tem ocorrido muitos equívocos por parte destas instituições. Muitos professores não tem propostas pedagógicas e as tecnologias necessárias para trabalhar com os alunos, como afirmou o professor Hélio Chaves Filho “não é só dar o conteúdo ao aluno”, é preciso interagir e intervir junto a aprendizagem do aluno.
Muitos alunos tem reclamado da qualidade do ensino EaD, no entanto, o MEC tem procurado mostrar que a modalidade EaD é boa, mas que precisa criar uma estrutura de qualidade para preparar bem o aluno. O professor Hélio também afirmou “nós queremos asfixiar aquelas instituições que estão más, as tecnologias que não são boas, estas não prosperarão (...)”.
Na minha escola, hoje utilizamos pela primeira vez a sala de informática para digitar os pareceres do trimestre. A sala ficou pronta há poucos dias. É muito bonita, bem equipada, todos os computadores tem acesso á internet e a disposição do espaço facilita que os alunos enxerguem o professor e os colegas. O tempo que passai lá, fiquei observando algumas colegas que estão se formando no curso de pedagogia à distancia. Não entendo como elas estudam à distância e mesmo assim não sabem usar os programas mais simples da informática, como o Word e a Internet. A função copiar e colar do Word parecia um bicho “papão”, se atrapalham para ligar e desligar o computador e para acessar a internet.
A Universidade que oferece este curso à distância, com toda certeza não potencializa o uso das tecnologias com os seus alunos. Assim, se formarão professores que não conseguirão pensar as tecnologias como aliadas no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, tenham eles alguma deficiência ou não.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tecnologia a favor da inclusão.

Pensar na tecnologia a favor da inclusão é, pensar nas barreiras que podem ser quebradas, com um projeto sério e comprometimento de uma instituição e com as pessoas envolvidas no mesmo.
E esta reportagem que traz o jornal NH, localizado na cidade de Novo Hamburgo, demonstra este comprometimento, onde há um projeto de design inclusivo de equipamentos, brinquedos e vestuário. O objetivo é, desenvolver estes materiais e fazer com que crianças com deficiência possam desenvolver suas potencialidade, buscando conhecer e desenvolver aprendizagem.
Pra isso o uso de tecnologia é fundamental, pois as adaptações em equipamentos, como computador pode “facilitar” a vida de crianças que tenham alguma deficiência, nesse caso, mais especificamente motora.
Vale ressaltar também, o quanto é importante para as famílias, poder contar com este projeto, comenta uma mãe: “É muito gratificante ver a sua evolução”, isso mostra o quanto as tecnologias, podem auxiliar estas crianças e suas famílias, trazendo para ambos, perspectivas de um futuro melhor.

Referência: Suplemento especial do jornal NH -11 A 17 de agosto 2008. pág. 45 viver com saúde

Abraço: Alessandra

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alguns projetos do governo

Os projetos e o Governo
Alguns projetos estão sendo desenvolvidos, com a ajuda do governo e também com o importante papel das entidades de apoio ao deficiente visual.
Segundo [ORM2001] no que se refere à área da deficiência visual, o Ministério da Educação vem desenvolvendo um conjunto de ações (inclusive com a destinação de recursos), objetivando garantir não apenas o acesso e a permanência dos portadores de deficiência visual na escola, mas principalmente, garantir o sucesso educacional de cidadãos.
Entre ações apresentadas em [ORM2001] pelo Ministério da Educação em prol do deficiente visual, as que mais nos chamaram a atenção foram:
1. Implementação de um programa de integração do ensino superior com a educação especial. Este trabalho, feito em parceria com o Fórum de Permanente de Instituições de Ensino Superior sobre os Portadores de Necessidades Especiais, vem fomentando, entre outras ações: a implantação de bancas especiais nos exames vestibulares, com a possibilidade de provas transcritas em braille; a de uso de equipamentos específicos na implementação de serviços de apoio e a inclusão de conteúdos nas disciplinas acerca de portadores de necessidades especiais nos cursos de formação de professores e outros profissionais.
2. O Projeto de Informática na Educação Especial – PROINESP foi criado a partir das experiências positivas realizadas no Brasil e no exterior, que apontavam a informática como um excelente recurso educacional para todos os alunos. Entretanto, sua utilização com alunos portadores de necessidades especiais demonstrou ser uma ferramenta imprescindível. E da ação conjunta com o PROINFESP/Secretaria de Educação a Distância e Secretaria de Educação Especial, foi criado o Projeto de Informática na Educação Especial – PROINESP, que tem por objetivo levar a tecnologia mais avançada da informática para o pleno desenvolvimento de nossos educandos especiais.
Além de fornecer equipamentos de última geração ao CAPS, o Ministério da Educação tem investido na criação de laboratórios de informática em instituições não governamentais, que trabalhem com a educação de portadores de necessidades especiais. Até o ano 2000, o PROINESP financiou 134 laboratórios.
O PROINESP iniciou o atendimento de escolas e bibliotecas públicas, com softwares específicos que possibilitam o acesso dos deficientes visuais a todos os programas informatizados.
Houve também por parte do governo um avanço relacionado aos portadores de deficiência visual. Nessa direção foi realizada a promulgação da Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10098.htm), que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Em seu artigo 2º, parágrafo II, a lei cita as barreiras nas comunicações e as denomina como "qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa".
I SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA
UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

O papel da tecnologia assistiva na inclusão digital dos portadores de deficiência visual

Luciana Aparecida dos Santos Giareta
Discente do curso de Análise de Sistemas
UNAERP- Campus Guarujá
lu_giareta@yahoo.com.br

domingo, 10 de maio de 2009

INCLUSÃO ESCOLAR

Ao consultar a Doutora e Mestre em Educação, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de Pedagogia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Maura Corcini Lopes, me foi enviado um arquivo com o texto que segue abaixo o qual considerei vir de encontro com o tema do nosso blog e por isso, estou disponibilizando-o para o acesso de todos interessados, agradecendo novamente a professora pela sua contribuição.
INCLUSÃO ESCOLAR: DESARRUMANDO A CASA
Maura Corcini Lopes

"Agora, mais um risco: como deixar claro que uma hipercrítica a tais políticas de inclusão não implica, em absoluto, uma negação a elas, não implica uma recusa à própria inclusão?"
(VEIGA-NETO, 2001, p109)

Muitos outros temas poderiam ser desenvolvidos articuladamente ao tema central deste texto – inclusão escolar. Diante da complexidade de desenvolvê-lo assumo o risco de propor algumas seleções para poder fazer uma reflexão em forma de ensaio. As duas primeiras seleções começo fazendo no título, falo em inclusão escolar e não em outras formas de inclusão e falo na necessidade de desarrumar a casa. Quero deixar marcado que não entendo a inclusão como um compromisso único ou prioritariamente da escola e, também, quero deixar claro que uma escola inclusiva exige redefinições e uma outra estrutura, isso implica em desarrumar o que imaginávamos estar arrumado. O que quero dizer é que não basta sabermos diagnósticos, metodologias e com tanta segurança dizermos quem é o outro com quem vamos trabalhar e, nem mesmo, basta fazermos meras adaptações curriculares para ter uma escola inclusiva. Não se trata de adaptações curriculares a não ser que o objetivo seja manter alguns em uma condição de anormalidade e de estrangeiro à escola. Adaptação pressupõe que o último a chegar - causando curiosidade e estresse - não pertence aquele lugar criado efetivamente para alguns.
O mega-projeto da inclusão exige a construção de um outro currículo e não simplesmente de arrumações/adaptações que não alteram o olhar de uns sobre os outros. A capacidade de problematizar as estruturas e de tirar as coisas do lugar para poder olhar de outra forma, é uma condição para que a escola possa trabalhar atenta para um número maior de pessoas - o que não significa dar conta de uma totalidade.
Talvez os leitores e as leitoras que estão lendo este texto estejam pensando: Será que ela é contra a inclusão? Adianto a resposta que esta não é uma boa pergunta. Não se trata de posicionamentos simplistas de ser contra ou a favor da inclusão, se trata sim de pensar a inclusão. Refiro-me a pensar as bases sobre as quais o projeto da inclusão escolar está sendo alicerçado. Refiro-me as condições relacionais que temos nas escolas para desencadear processos de inclusão. Refiro-me a capacitação de professores e as condições de trabalho que estes possuem para poder atender as especificidades dos sujeitos que merecem ser olhados e tratados com dignidade. Refiro-me muito mais do que fazer adaptações arquitetônicas e muito mais do que entrar na escola regular por mandatos judiciais.
Incluir exige, principalmente, o integrar. Incluir, no sentido etimológico da palavra e não no sentido legal ou dicionarizado, significa colocar para dentro, enclausurar, colocar no mesmo espaço físico (LOPES, 2005). A inclusão que reduz o processo de integração ao simples estar junto em um mesmo espaço físico ou que reduz o estar junto à socialização, é muito mais perversa que o seu outro a exclusão, é uma inclusão excludente. Não quero dizer com isso que a escola não deva proporcionar espaços de socialização, mas ela não pode ser reduzida ao papel de socializadora esquecendo-se da exigência do conhecimento e de outras funções que lhe cabe. Isso exige dos professores muito mais do que amor, dedicação e vontade de fazer, exige conhecimento de áreas específicas e uma postura investigativa diante dos desafios.
A inclusão é um projeto da escola e não dos professores em particular. Em campanhas publicitárias que abordam a inclusão é recorrente a chamada do professor como aquele responsável por tal processo, praticamente isentando o Estado de prover as condições para tanto. Que espaços as escolas estão criando para reuniões de estudo, de planejamento e para o exercício de estranhamento do que está colocado como sendo “bom para todos”? Por reuniões de planejamento não estou falando de construção de planos de aula, de meras adaptações ou de trocas de técnicas para serem desenvolvidas com os alunos, mas refiro-me a construção permanente de uma proposta pedagógica que tenha princípios norteadores do olhar e das ações escolares.
A retomada permanente de conceitos, ações e metas escolares, quando alicerçadas em princípios retirados do coletivo, podem possibilitar espaços para outros que não estão presentes ou que estão silenciados na cultura escolar. Diante da infinidade de manifestações da diferença, diante do número cada vez maior de sujeitos que são contemplados pela própria lei que rege a Educação Especial e da impossibilidade de abarcar a todos, sempre aparecerão aqueles não contemplados pelo nosso olhar e pelo currículo.
A experiência da inclusão e da integração longe de definir uma sociedade arrumada, com pessoas ocupando lugares pré-definidos para elas, desarruma o que está dado e exige outras explicações e saberes para podermos trabalhar agindo pedagogicamente na ação do outro. Agir pedagogicamente na ação do outro exige um projeto escolar que nos possibilite as condições para que possamos usar a experiência para nos transformar em outros que não éramos no princípio.
Inclusão, portanto, não é um único projeto a ser pensado, mas é o nome que se dá para um conjunto de projetos que devem estar articulados entre si e permanentemente sendo postos em questionamento. Talvez seja importante concluir este ensaio provocando as escolas a pensar: que projetos estão sendo realizados para que a “inclusão” aconteça? Tais projetos prevêem as diferenças entre os sujeitos e as especificidades de sua cultura e aprendizagem? Que princípios pedagógicos estão sendo criados para balizar uma escola inclusiva que deve estar em permanente (des)construção?

Referências
LOPES, Maura Corcini. Inclusão como experiência. In: MÄDHE, Flávia Clarice. GALEAZZI, Denise. KLEIN, Remi (Orgs). Práticas pedagógicas em Matemática e Ciências nos anos iniciais – caderno do coordenador dos grupos de estudo. Ministério da Educação e Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo: Unisinos: Brasília: MEC, 2005.

VEIGA-NETO, Alfredo. Incluir para excluir. In: LARROSA, Jorge e SKLIAR, Carlos. Habitantes de Babel. Políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica: 2001.